Lula alfineta Bolsonaro após tarifas de Trump: “A culpa foi do f…

Lula alfineta Bolsonaro após tarifas de Trump: “A culpa foi do filho dele”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a cutucar seu antecessor, Jair Bolsonaro, em um discurso polêmico nesta quinta-feira (10), ao comentar o recente aumento de tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, a produtos estrangeiros. Segundo Lula, parte da responsabilidade pelo endurecimento da política americana recai sobre as atitudes do governo anterior — e, de forma ainda mais direta, sobre um dos filhos de Bolsonaro.
“A gente sabe muito bem por que o Brasil perdeu espaço nos Estados Unidos. Foi por causa da lambança que fizeram lá fora, da submissão sem contrapartida. E quem ajudou nisso foi o filho do ex-presidente, que andava pelos Estados Unidos como se fosse embaixador”, disparou Lula, sem citar diretamente o nome de Eduardo Bolsonaro, deputado federal que, durante o governo do pai, teve forte aproximação com figuras da extrema-direita americana.
O comentário foi feito durante um evento em Brasília, onde Lula comentou os impactos das tarifas comerciais para o setor industrial brasileiro. Segundo o presidente, os tempos de “alinhamento automático” com Washington acabaram e o Brasil precisa retomar sua soberania nas relações internacionais.
“Não dá mais pra aceitar que as decisões de fora impactem nossa economia por conta de erros do passado. A diplomacia do Brasil tem que ser feita com dignidade, com soberania. Não com filho de presidente fazendo papel de diplomata”, afirmou Lula, arrancando aplausos da plateia.
A fala gerou repercussão imediata nas redes sociais e entre políticos ligados ao ex-presidente Bolsonaro. Aliados acusaram Lula de estar tentando desviar o foco dos problemas internos do país e de fomentar a polarização política com declarações inflamadas.
Eduardo Bolsonaro, por sua vez, usou suas redes para responder à provocação: “Lula deveria estar mais preocupado com o desastre da economia brasileira do que com o que eu fiz ou deixei de fazer nos EUA. Quem destruiu a imagem do Brasil foi o PT, não eu”, escreveu o deputado.
A tensão entre os dois grupos políticos volta a se acirrar em meio às eleições municipais e à possível tentativa de Bolsonaro de se manter politicamente relevante, mesmo após a inelegibilidade determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Enquanto isso, Lula tem intensificado os discursos com tom crítico à gestão passada, especialmente quando se trata de temas relacionados à economia e relações internacionais.
Nos bastidores, interlocutores do Planalto dizem que Lula pretende reforçar essa narrativa de reconstrução do Brasil após “anos de desmonte”, apostando na comparação direta com o governo anterior para consolidar apoio popular.
A nova política tarifária dos EUA, ainda em estágio inicial de implementação, preocupa setores exportadores brasileiros, especialmente os voltados ao aço, alumínio e produtos manufaturados. O governo Lula já articula formas de negociar diretamente com autoridades americanas para tentar reverter ou amenizar os impactos, mas, como frisou o presidente, desta vez o Brasil pretende agir com mais estratégia e menos subserviência.