Câncer anal raro pode atingir mulheres que têm certos hábitos sexuais, alertam médicos …

Câncer Anal Raro Pode Atingir Mulheres Que Têm Certos Hábitos Sexuais, Alertam Médicos
O câncer anal, embora raro, tem despertado a atenção de especialistas da área da saúde por conta de um aumento discreto nos casos entre mulheres. Segundo médicos e estudos recentes, determinados hábitos sexuais podem estar entre os fatores de risco para o desenvolvimento dessa doença, o que reforça a importância da informação e da prevenção.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de ânus representa menos de 2% de todos os tumores do trato gastrointestinal. Apesar da baixa incidência, é um tipo de câncer que pode ser agressivo e de diagnóstico tardio, uma vez que muitos dos sintomas iniciais são confundidos com problemas menos graves, como hemorroidas.
Entre os fatores de risco já conhecidos estão: infecção pelo papilomavírus humano (HPV), histórico de verrugas genitais, imunossupressão (como em pessoas com HIV), tabagismo e, em alguns casos, a prática frequente de sexo anal desprotegido. Médicos reforçam que o problema não é a prática em si, mas a falta de proteção e o risco aumentado de microlesões que podem favorecer a entrada e permanência do HPV, vírus que está diretamente ligado ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer, inclusive o anal.
“A maioria das mulheres que têm câncer anal apresenta infecção pelo HPV. A transmissão do vírus pode acontecer mesmo sem penetração, por contato direto com a pele ou mucosas infectadas”, explica a infectologista Dra. Carla Mota. Ela ainda ressalta que o uso de preservativos, mesmo em relações anais, é essencial para reduzir os riscos.
Os principais sintomas que podem indicar o início da doença incluem: dor ou desconforto na região anal, sangramento, coceira persistente, sensação de massa ou caroço, e alterações no hábito intestinal. Ao notar qualquer um desses sinais, a orientação é procurar um proctologista ou ginecologista imediatamente.
O tratamento varia conforme o estágio do tumor, mas pode incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores são as chances de cura. Por isso, além da proteção durante as relações sexuais, é essencial manter os exames em dia e conversar abertamente com o médico sobre qualquer sintoma ou prática sexual que possa trazer riscos.
A vacinação contra o HPV também é um método eficaz de prevenção. Indicada para meninas e meninos a partir dos 9 anos, a vacina é gratuita pelo SUS e protege contra os tipos mais agressivos do vírus.
A conscientização é a principal arma contra esse tipo raro, porém grave, de câncer. Médicos reforçam que não se trata de estigmatizar nenhuma prática sexual, mas sim de alertar sobre os riscos e incentivar a proteção e os cuidados com a saúde íntima.