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Decisão do STF pega aliados de Bolsonaro de surpresa ao rejeitar pedido para adiar depoimentos

Decisão do STF pega aliados de Bolsonaro de surpresa ao rejeitar pedido para adiar depoimentos
Corte nega manobra da defesa e mantém cronograma de oitivas em investigação que preocupa ex-presidente.

O Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou, nesta sexta-feira (17), um pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para adiar os depoimentos marcados no âmbito das investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A decisão, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, foi recebida com surpresa e tensão entre aliados do ex-chefe do Executivo.

A defesa alegava que não teve tempo hábil para analisar documentos anexados recentemente ao processo e que o adiamento seria necessário para garantir o pleno exercício do direito à ampla defesa. No entanto, o argumento não convenceu o ministro-relator, que considerou a solicitação “infundada” e classificou a tentativa como uma “manobra procrastinatória”.

Com a decisão, o cronograma das oitivas está mantido, e Bolsonaro deverá prestar depoimento já nos próximos dias, assim como seus aliados mais próximos, entre eles ex-ministros, assessores e militares envolvidos nas investigações. O clima nos bastidores políticos é de crescente apreensão, especialmente entre figuras que mantiveram laços estreitos com o ex-presidente durante o período de transição entre o resultado eleitoral e os atos do 8 de janeiro de 2023.

A investigação conduzida pela Polícia Federal, com autorização do STF, apura a existência de uma suposta organização que teria atuado para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, articular a manutenção do poder e até mesmo fomentar atos antidemocráticos. O nome de Bolsonaro aparece com destaque em relatórios recentes, especialmente após a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.

Fontes próximas ao ex-presidente afirmam que Bolsonaro está sendo orientado a manter a cautela nos depoimentos e a evitar qualquer confronto direto com a Justiça. Apesar disso, há uma forte preocupação com o avanço das investigações e com a possibilidade de que novos elementos venham a comprometer ainda mais sua situação jurídica.

A decisão do STF gerou reação imediata nas redes sociais, tanto por apoiadores quanto por críticos do ex-presidente. Parlamentares da base bolsonarista acusaram o Supremo de agir com parcialidade, enquanto opositores defenderam a rigidez do tribunal como necessária para o esclarecimento dos fatos.

“Não se trata de perseguição, mas de justiça”, afirmou a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, publicou uma mensagem enigmática: “O tempo mostrará quem realmente tentou violar a democracia”.

Com os depoimentos mantidos e a pressão se intensificando, a expectativa é de que as próximas semanas sejam decisivas para os rumos do processo. Bolsonaro, que já declarou estar sendo alvo de uma “caça às bruxas”, deve enfrentar mais uma bateria de perguntas em um cenário que promete ser turbulento tanto no campo jurídico quanto no político.

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