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Moraes dá ultimato a Bolsonaro e avisa: decisão sai até segunda, sem falta
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um recado direto e firme ao ex-presidente Jair Bolsonaro: a espera acabou. Segundo apuração de bastidores, Moraes afirmou que até a próxima segunda-feira (26), uma decisão definitiva será tomada no inquérito que apura a suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo Bolsonaro e aliados.
A declaração ocorreu nos bastidores do STF, após um intenso final de semana de movimentações jurídicas. O ministro, que conduz investigações cruciais envolvendo o núcleo duro do bolsonarismo, já teria concluído a análise de depoimentos e provas reunidas pela Polícia Federal, inclusive os obtidos após a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.
O ambiente em Brasília é de tensão. Fontes próximas ao Supremo indicam que Moraes considera o volume de provas suficiente para avançar com denúncias formais contra o ex-presidente. “A fase de investigações está madura. Agora é hora de decisão”, teria dito o ministro a interlocutores.
Bolsonaro, por sua vez, permanece em silêncio público, mas seus advogados se movimentam nos bastidores. A defesa do ex-presidente teria protocolado novos documentos tentando desacreditar os delatores e pedir mais prazo para contraprovas. No entanto, segundo fontes ligadas ao STF, Moraes está determinado a não postergar mais.
O clima também preocupa aliados políticos de Bolsonaro. Deputados e senadores da base mais fiel ao ex-presidente já falam em “guerra jurídica” e temem que a decisão de Moraes possa abrir caminho para novas ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde Bolsonaro já foi tornado inelegível até 2030 em outro processo.
A expectativa é que Moraes publique a decisão entre sexta-feira e segunda-feira. Caso avance com a denúncia, o processo seguirá para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que deverá decidir se oferece a acusação formal ao STF ou arquiva o caso – algo pouco provável, segundo analistas jurídicos.
Enquanto isso, o cerco se fecha. A Polícia Federal continua apurando o envolvimento de militares da reserva e até mesmo de integrantes do governo anterior nas articulações para tentar reverter o resultado das eleições de 2022. O uso das Forças Armadas e de assessores próximos do então presidente está no centro das investigações.
Com a promessa de Moraes de que “de segunda não passa”, o Brasil político aguarda, em suspense, os próximos capítulos de um dos processos mais delicados da história recente do país.