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Lula manda recado durante marcha e fala sobre o papel da Justiça: “Nem t…

Lula manda recado durante marcha e fala sobre o papel da Justiça

Durante a 25ª edição da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, realizada nesta terça-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso que chamou a atenção ao destacar a importância do diálogo e da política na resolução de conflitos. Sem citar nomes ou casos específicos, Lula afirmou que “nem tudo precisa ser resolvido no Judiciário”, o que foi interpretado como um recado direto a setores que recorrem com frequência à Justiça para mediar disputas institucionais e políticas.

O evento, que reuniu milhares de prefeitos de todo o Brasil, foi palco para Lula reforçar sua defesa do fortalecimento do pacto federativo e da autonomia dos municípios. Em um tom conciliador, mas firme, o presidente enfatizou que o país precisa redescobrir o valor da negociação política e da construção de consensos, especialmente em tempos de polarização.

“Se a gente conversar mais, se a gente sentar mais à mesa, se a gente confiar mais uns nos outros, a gente vai ver que não precisa judicializar tudo”, declarou Lula, arrancando aplausos de parte do público presente. O presidente ainda acrescentou que o Brasil vive um momento importante, em que é necessário diminuir a dependência das decisões judiciais em detrimento do debate democrático.

Sem entrar em polêmicas diretas, Lula sugeriu que há um uso excessivo do Judiciário como caminho para resolver embates que, em sua visão, poderiam ser superados por meio da política. “Nós temos o Parlamento, temos os governadores, temos os prefeitos. Precisamos confiar mais nas instituições políticas e na nossa capacidade de conversar”, disse.

A fala surge em meio a um cenário de tensão entre os poderes, em especial entre o Executivo e o Judiciário, com disputas recentes envolvendo decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e críticas de aliados do governo a determinadas interpretações legais que interferem em políticas públicas.

Apesar disso, o discurso de Lula teve como pano de fundo uma defesa do equilíbrio institucional. Ele também aproveitou para anunciar novas medidas de apoio aos municípios e reforçar o compromisso do governo federal com as cidades brasileiras, especialmente aquelas de pequeno porte, que enfrentam maiores dificuldades financeiras e estruturais.

A participação do presidente foi um dos momentos mais aguardados da Marcha, organizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). A fala repercutiu rapidamente entre os presentes e nas redes sociais, sendo vista por alguns como um gesto político em defesa da autonomia dos entes federativos, e por outros como uma crítica velada ao “ativismo judicial”.

Nos bastidores, assessores do Planalto minimizaram qualquer clima de confronto e ressaltaram que o presidente apenas reforçou sua visão de que a política deve ser o caminho principal para a resolução de problemas em um estado democrático.

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