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Bolsa Família para mães de bebês reborn? Vídeo polêmico deixa Lula em saia justa

Bolsa Família para mães de bebês reborn? Vídeo polêmico deixa Lula em saia justa

Um vídeo que circula nas redes sociais desde o início da semana vem gerando polêmica e causando indignação entre internautas. Nele, uma mulher afirma, durante uma entrevista, que recebe o Bolsa Família por ser “mãe de um bebê reborn” — aqueles bonecos extremamente realistas, criados para parecerem com recém-nascidos.

A gravação, que já soma milhões de visualizações no TikTok, Instagram e WhatsApp, mostra a mulher segurando o boneco e dizendo que, por considerá-lo como um “filho de verdade”, teria o direito de receber os benefícios do governo voltados à maternidade. “Ele é meu filho sim. Eu cuido, dou carinho, compro fralda, compro roupinha. E o governo reconheceu isso”, diz a entrevistada.

O trecho foi rapidamente associado ao programa Bolsa Família, o principal auxílio social do governo federal. A polêmica chegou até Brasília, com parlamentares da oposição cobrando explicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da ministra do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, responsável pela gestão do programa.

Apesar da viralização, o vídeo parece ter origem duvidosa e não há comprovação oficial de que o benefício esteja sendo concedido em casos como esse. Ainda assim, a repercussão foi suficiente para gerar desgaste político ao governo. A hashtag #BolsaReborn chegou ao topo dos assuntos mais comentados no X (antigo Twitter), e perfis bolsonaristas aproveitaram a onda para criticar os critérios do programa social.

O Palácio do Planalto ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas técnicos do Ministério do Desenvolvimento Social afirmam, em off, que o Bolsa Família exige documentação formal, como certidão de nascimento, CPF da criança e inscrição no Cadastro Único — o que inviabilizaria qualquer tentativa de fraude com um “filho de brinquedo”.

Especialistas também comentaram o episódio. Para a socióloga Juliana Paiva, da Universidade de Brasília, o caso escancara o risco da desinformação em tempos de redes sociais. “Muitas pessoas acreditam em qualquer coisa que viraliza. Esse vídeo, mesmo sendo provavelmente encenado, tem impacto real na opinião pública e pode minar a confiança em políticas sociais sérias”, alerta.

Enquanto isso, o vídeo segue sendo compartilhado em grupos de WhatsApp e redes bolsonaristas como uma suposta prova de “absurdos” do governo Lula. A equipe de comunicação do presidente trabalha para conter os danos e esclarecer que não há, até o momento, nenhuma alteração nos critérios de concessão do Bolsa Família.

A pergunta que fica no ar é: em tempos de deepfakes e fake news, como distinguir a crítica legítima da manipulação maliciosa?

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